quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Taça é taça

Vasco campeão da Copa do Brasil. Motivo certo para um rendimento mediano no resto do ano. Vasco empata com a U em casa . Felipe e Élton saem de maca. Fatos que alimentam a cultura do focar em uma copetição.

Pois é justamente contra essas idéias que o time da colina luta neste fim da temporada. o Vasco foi contra os prognósticos e está aí brigando pelo título brasileiro, o Santos, por exemplo não disputou as duas últimas edições do campeonato mesmo tendo um dos melhores, senão o melhor, time do Brasil, um desperdício. Nos últimos anos a vaga para a Libertadores virou uma obsessão, ser campeão da Copa do Brasil é menos festejado do que ter se classificado para a competição continental, o valor do título de certa forma esquecido. Mas taça é taça,é a razão da vida de um clube de futebol e o Vasco foi atrás das suas, foi campeão no primeiro semestre e isso não tirou a ambição do elenco.

Fez isso sem poupar, sem tirar o pé nem no brasileiro, nem na sul-americana, colocando sempre os melhores jogadores disponíveis e o que tem que entrar na cabeça de muita gente é que os melhores disponíveis muitas vezes não são os onze titulares e sim os que estão mais bem preparados naquele determinado momento. Uma equipe com pretensões de time grande tem que ter condições e vontade de conquistar tudo o que disputa. Parabéns ao Vasco, se mantiver essa atitude em pouco tempo trará muitas alegrias para sa torcida.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quem é quem futebol brasileiro

A era dos pontos corridos modificou a organização dos clubes no Brasil. Melhor planejamento e regularidade passaram a ser premiados e enquanto antes da nova fórmula era muito difícil fazer prognósticos, agora podemos tentar escolher os cinco, seis candidatos sem dar total um tiro no escuro. No Brasil existem no mínimo doze grandes equipes( SP: 4; RJ: 4; MG: 2; RS: 2) que em uma fórmula de mata-mata podem crescer e faturar o caneco, nos pontos corridos a situação é outra e o que já se pode enxergar nesses  oito anos de disputa (estamos prestes a conhecer o nono campeão dos pontos corridos) é que alguns desses grandes se consolidaram entre a real elite do futebol brasileiro:

Os seis melhores ano a ano desde os primeiros pontos corridos


2003 2004 2005 2006
Cruzeiro  Santos Corinthians São Paulo
Santos  Atlético Paranaesnse Internacional Internacional
São Paulo São Paulo Goiás Grêmio
São Caetano  Palmeiras Palmeiras Santos
Coritiba  Corinthians  Fluminense Paraná
Internacional Goiás Atlético Paranaense Vasco 




2007 2008 2009 2010
São Paulo São Paulo Flamengo Fluminense
Santos Grêmio  Internacional Cruzeiro
Flamengo Cruzeiro São Paulo Corinthians
Fluminense Palmeiras Cruzeiro Grêmio
Cruzeiro Flamengo  Palmeiras Atlético Paranaense
Grêmio Internacional Avaí Botafogo


São Paulo, Internacional e Cruzeiro são os mais regulares desde 2003. O Tricolor tem 6 aparições no top 6, ficou de fora em 2005 (ano do título da Libertadores) e no ano passado. Inter e Cruzeiro tem 5 aparições, ficaram apenas 3 vezes fora do top 6, neste período além da regularidade no Brasileirão o Inter trouxe duas Libertadores para casa.

No segundo pelotão do futebol brasileiro na era dos pontos corridos aparecem Santos, Grêmio e Palmeiras. Destaque para o Alvinegro praiano que além de ter quatro presenças no topo da tabela conquistou uma copa do Brasil e uma Libertadores.

Flamengo, Corinthians e Fluminense estiveram entre os seis melhores em três ocasiões e foram campeões da Copa do Brasil. Outro que esteve três vezes na parte de cima da tabela foi o Atlético Paranaense.

O Goiás que está na segundona apareceu em 2004 e em 2005 enquanto Paraná, Avaí, São Caetano, Coritiba tiveram seus quinze minutos de fama com uma aparição. Vasco e Botafogo que ressurgem de dois anos para cá também chegaram no top 6 uma vez nos últimos oito Brasileiros.


Número de presenças no top 6:

6  São Paulo (+ 1 Libertadores)
5  Internacional  (+ 2 Libertadores)
5  Cruzeiro (+ 1 Copa do Brasil)
4  Santos (+ 1 Libertadores + 1 Copa do Brasil)
4  Grêmio
4  Palmeiras
3  Fluminense (+ 1 Copa do Brasil)
3  Flamengo  (+ 1 Copa do Brasil)
3  Corinthians  (+ 1 Copa do Brasil)
3  AtléticoPR
2  Goiás
1  Vasco + 1 Copa do Brasil e Botafogo,Paraná, Avaí,São Caetano,Coritiba,


São Paulo, incontestável.

O São Paulo é o grande clube brasileiro da era dos pontos corridos qunado não ganhou estava ali e quando não esteve ali é porque estava lá, em Tóquio, conquistando o mundo. Nunca terminou um brasileiro, desde 2003, na metade de baixo da tabela.

Internacional, o segundo

O Inter segue a mesma linha do São Paulo, sempre com bons times, com um pequeno desvio de rota em 2007, quando foi o décimo primeiro. Lembrando que o Inter foi o único brasileiro duas vezes campeão da Libertadores nesse período

Palmeiras e o jejum de títulos

Santos, Grêmio, Palmeiras, Corinthians, Flamengo e Fluminense são os outros grandes que fazem bem o seu papel, nem sempre estão por lá, o que é absolutamente normal em um cenário com muitos outros fortes adversários a oscilação é inevitável. Se analisarmos que o Palmeiras esteve tantas vezes entre os seis melhores quanto Santos, mais do que Corinthians, Flamengo e Fluminense e MUITO mais do que o Vasco (esses todos já puderam gritar É CAMPEÃO de 2003 para cá) é de se estranhar que o alviverde esteja tanto tempo sem ganhar nada, estar entre os seis melhores do Brasil significa ter uma equipe de respeito que faz frente a qualquer outra do país e da América do Sul. Ou falta sorte e competência na hora de decidir ou o extra campo atrapalha muito os jogadores do Palestra, se tiver que escolher uma fico com a segunda.

A verdade sobre os Atléticos

O maior Clube Atlético do Brasil é o Paranaense, não o Mineiro. O furacão vira e mexe esta aí, foi vice em 2004, chegou à final da Libertadores em 2005 e foi quinto colocado no brasileiro do ano passado.Tudo bem que briga diretamente com o Galo para não cair em 2011, mas isso não é nenhum absurdo, e diga-se de passagem já aconteceu com o Alvinegro em 2005. Além do rebaixamento em 2005 o o Alético Mineiro não tem sequer uma presença entre os seis melhores do país desde que a era dos pontos corridos começou é um time que se consolida ano a ano como não-força do futebol brasileiro, apesar da apaixonante torcida.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Grandes jogos - Brasil 4 x 2 Argentina [07/09/99]

Juan Sebástian Verón anunciou  que vai pendurar as chuteiras, a última partida está marcada para o dia 30, contra o Racing, mas o DOENTE91 já aproveita para homenagear esse que herdou do pai o talento e honrou a sua linhagem apresentando o mais  fino futebol porteño nos gramados mundo afora.

Verón jogou em uma época em que infelizmente, para ele e nossos hermanos, não houve grandes vitórias argentinas sobre nossa seleção, desde que "La Brujita" estreou na seleção foram 17 jogos, 9 vitórias do Brasil, 5 da Argentina e 3 empates, sem contar as duas Copas Américas e a Copa das Confederações vencidas pelo lado brasileiro contra nenhum título deles em cima do Brasil.

Seu tempo era um tempo de gênios, e de dezenas de belíssimos jogadores que talvez não tenham tido os aplausos que mereciam. Verón foi da época em que um Brasil e Argentina, mesmo que apenas um amistoso, mexia de verdade com os nervos do torcedor, era craque pra tudo que é lado.E nessa homenagem com cara de agulhada, nada mais merecido do que lembrarmos um desses grandes pegas que, como muitos do período, acabou com vitória canarinha.

O cenário não poderia ser melhor, Beira-Rio lotado em pleno feriado da Independência, os hermanos tinham Ortega, Verón, Crespo, Ayala... Um bom time argentino. Mas o Brasil, ah meu amigo, era uma baita seleção, Dida no seu auge fechava o gol, nas laterais Cafu e Roberto Carlos voando, no meio Zé Roberto, aquele que pouco tempo atrás só não fez chover na Libertadores pelo Santos e mais pra frente Rivaldo, que seria eleito o melhor do mundo em 99 e que ainda é destaque no Brasileiro DOZE anos depois daquela partida, a revelação gremista e futuro melhor do mundo Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo que totalmente fora de forma foi acima da média no Corinthians, todo mundo lembra dele fininho né? Deu no que deu, show brasileiro! 4 a 2, três de Rivaldo que jogou demais e um do Fenômeno.

Foi um jogaço, teve bicleta, gol anulado três gols em cinco minutos. A massa que lotou o Beira-Rio vibrava a cada gol como se a partida valesse título mundial, era de empolgar qualquer um. Há algum tempo que os jogos da seleção não são mais assim, é tarefa duríssima aguentar jogo no Irã, na Arábia, na Inglaterra, o de Belém salvou pela festa da torcida mas o nível técnico tem deixado a desejar, e muito. Será que um dia ainda voltaremos a ter amistosos com essa cara e essa qualidade?

Ahhh. Só para lembrar, isso tudo sem Romário! O baixinho com certeza iria guardar o seu...

28" A vibração do torcedor fala por si: quanto mais perto de casa a seleção estiver melhor

domingo, 28 de agosto de 2011

Escola Furacão e o Uruguai

Folheando a edição de setembro da revista PLACAR, uma matéria  me chamou atenção e motivou essa postagem. Nela, Altair Santos nos apresenta a escolhinha de futebol do Atlético Paranaense, a Escola Furacão. O projeto do clube Rubro-negro ao invés de alimentar o sonho de se tornar jogador como o caminho a ser seguido utiliza o esporte como pano de fundo para a formação de cidadãos, demonstrando uma maturidade ímpar em relação a outras escolhinhas do país.

Até que ponto o trabalho é eficiente só a vida dos futuros cidadãos vai poder dizer. Mas os resultados tanto comerciais quanto dentro de campo, que podem já podem ser mensurados mostram que a preocupação social de modo algum inviabilizam os outros objetivos de uma escola de recrutamento de talentos.

A matéria de Altair aponta que, em oito anos de projeto, 60 filiais em sete estados foram abertas. O clube ganha com o retorno financeiro das escolinhas e com a divulgação da marca, além é claro, dos jovens talentos revelados.

Na página da Escola Furacão, no site do clube. A apresentação do projeto é clara "...as escolas de formação de talentos do Atlético Paranaense têm como principal objetivo a formação de cidadãos...". Outras páginas de escolinhas não tratam a questão com a mesma ênfase. Alguns sites como a dos meninos da vila (cada filial possui página própria, das apuradas pelo Doente91 algumas não possuiam descrição do projeto) , escolinha do Santos passa longe de conceitos como formação de seres humanos ou cidadania e outras como a do Chute Inicial, do Corinthians (foram analisados 4 sites pois, como nas escolinhas do Santos, cada filial tem o seu), nem possuem qualquer indicação de projeto. Para fazer justiça vale citar a outra excessão à regra, a escolhinha do Flamengo, ou "escolinha do Fla", o discurso também mostra preocupação com a formação mais importante que é a fora das quatro linhas.

Oscar Tabárez, o psicólogo, a base uruguaia e a educação.


Apesar da visão diferenciada implementada pelo Atlético Paranaense, o Brasil ainda está atrasado na formação de cidadãos e de atletas. No Uruguai, desde 2006, Oscar Tabárez realiza um projeto nas categorias de base que é digno de nota, com o auxílio do psicólogo Gabriel Gutierrez. O trabalho tem como base a filosofia de que a salvação é a educação, não o futebol.

Trecho de entrevista de Gabriel à Lúcio de Castro, ESPN:


- A seleção sub-20 uruguaia do sul-americano no Peru já é fruto dessa experiência incrível e dessa revolução de costumes e modos que vai se processando no Uruguai. Dez dos 22 acabaram o segundo grau, sendo que todos acabaram o primeiro grau. Alguns ingressaram na universidade. Não tenho os números aqui, mas provavelmente, nas outras seleções da competição, seja um milagre encontrar algum jogador com segundo grau completo, salvo um esforço individual imenso. Repito: 10 jogadores da sub-20 uruguaia terminaram o segundo grau.

- Lideranças são estimuladas, ao contrário do comportamento de “boizinhos de presépio” geralmente estimulado no futebol de uma maneira geral. O capitão Diogo Polenta é capitão desde a seleção Sub-15, passando pela sub-17.



E os resultados são vistos também com atletas melhor preparados para vida, para o deslumbramento e empresários, nas palavras de Lúcio de Castro:


Jogadores com maior senso crítico despontam, com suficiente postura e clarividência para se posicionarem e decidirem as coisas por si. A nova geração de talentos, a geração de Tabaréz, tem sistematicamente se insurgido contra decisões de seus empresários, e muitas vezes inclusive rompido com os poderosos do futebol uruguaio, dominado muito tempo por Juan Figger, depois por Paco Casal e mais recentemente por Daniel Fonseca. Os jovens Luis Suarez e Nicolas Lordeiro, ambos presentes em 2010 foram dois a se insurgir contra o empresário nos últimos tempos, sempre lutando por seus direitos.

O projeto do Atlético e o começo do que pode ser uma mudança na visão de como formamos nossos atletas. Talvez quando percebermos que a instrução é imprescindível, qualquer que seja o futuro profissional, consigamos chegar lá.


sábado, 27 de agosto de 2011

Quanto ainda vai custar?

Nesta semana o time russo Anzhi Makhachkala, anunciou  Samuel Eto'o como novo integrante do seu elenco. Sua contratação  repercutiu  no mundo do futebol pelo renome do atacante, e principalmente pelas informações ventiladas pela imprensa de que seu salário na Rússia seria o maior do mundo. Os dirigentes do clube não confirmam a informação mas, sendo ou não o mais bem pago do mundo Eto'o e sua transferência esquenteram a liga russa.

Contratações como a do camaronês sempre causam impacto. Porém vale a pena refletir. Até que ponto transferências como essa fazem bem para o futebol? 

Um aspecto que preocupa é a origem do dinheiro que bancou a liberação do atleta junto a Inter e que manterá o salário astronômico em sua estada pelo futebo russo. No caso do Anzhi, ele vem do bilionário russo Suleiman Kereimov, a situação está virando moda na europa, outros clubes no velho continente também contam com a ajuda de magnatas para montar grandes elencos, Chelsea, Manchester City, Málaga são alguns dos exemplos. Nesses times quem manda e desmanda são os sheiks árabes ou os milionários russos.

No caso dos sheiks a abundância de recursos se explica pelo histórico abismo da distribuição de renda nos países árabes e pela rentabilidade da exploração do petróleo. Já na Rússia, a fortuna de alguns dos magnatas tem origem no tráfico de armamentos da extinta União Soviética e de outras manobras oportunistas no período de transição para o capitalismo nas suas repúblicas.

Analisando, por exemplo o Chelsea e seu mandatário, o que se vê é um negócio que traz déficits atrás de deficits sendo totalmente desfavorável financeiramente tanto a curto como a longo prazo. Seria  a intenção de Abramovich apenas torrar dinheiro no futebol? Algum outro clube traz realmente retorno dos investimentos feitos pelos bilionários do futebol? Muito se questiona, mas pouco se apura nesse sentido. 

Menção honrosa para o artigo de Paulo Vinícius Coelho, no texto o jornalista dá um breve histórico sobre Kereimov, o presidente e investidor do novo time de Samuel Eto'o. De qualquer maneira muito pouco para um assunto tão relevante.

Mercado inflado

Desconsiderando todas as suspeitas sobre os negócios dos magnatas no futebol, que sem apuração continuarão a ser apenas suspeitas. As contratações milionárias não fazem bem para a saúde financeira dos clubes, inflacionam os salários para vencimentos acima do que os rendimentos normais de um clube podem suportar, tornando o futebol um negócio inviável a longo prazo.

A transferência de Eto'o trouxe, certamente, benefícios para o futebol russo, a chegada de um craque aumenta o interesse, a mídia e mais importante, eleva o nível do campeonato. Mas a que preço?





OS CHEFÕES


 





Roman Abramovich - Chelsea 

O russo comanda o time inglês desde 2003 e desde então investiu em grandes contratações como Drogba, Schevchenko e Essien. Regularmente injeta dinehiro para manter o clube no azul.













 Silvio Berlusconi - Milan

O primeiro ministro manda e desmanda na Itália. O Milan é mais um de seus brinquedos na bota.













Florentino Pérez - Real Madrid


O atual presidente do clube de Madrid será sempre lembrado por suas contratações espetaculares e pela montagem do esquadrão galáctico do início dos anos 2000.  Mais recentemente, na sua segunda passagem pela presidêcncia Madridista, trouxe de uma vez Kaká e Cristiano Ronaldo para o elenco de sua equipe, o que não foi suficiente para superar o Barcelona de Messi, Xavi, Iniesta...





















Abdullah Al Thani - Málaga


O Sheik, que assumiu o controle do clube na temporada passada, tem ambiçao de transformar o clube em um novo Barcelona com investimentos em categorias de base. Mas, como todo magnata do mundo do futebol já foi as compras, Júlio Baptista e Van Nistelrooy vestem nesta temporada as cores do Málaga.
















Rinat Akhmetov - Shaktar Donetsk 


O bilionário ucrâniano está à frente do clube desde 1996. A ascensão do clube se confunde com a do partido do magnata, o Partido das Regiões. Donetsk é a segunda maior cidade do país atrás da capital Kiev, e é a principal base de apoio ao Partido, que chegou ao poder depois de controversas eleições em 2003. Essas eleições são historicamente lembradas como Revolução Laranja em Donetsk e Golpe Laranja nas áreas anti-governo.  As relações entre Akhmetov, futebol e política são retratadas no filme de Jakob Preuss - "The other Chelsea - a Story from Donetsk" e dão uma dimensão de como o esporte pode influenciar uma sociedade. Ver matéria








Suleiman Kereimov - Anzhi Makhachkala


Kereimov comprou a equipe em janeiro de 2011. Tem fama de lutar por causas sociais do Daguestão, república situada no leste da Rússia e região onde se localiza a sede do clube. Como dito no texto de Paulo Vinícius Coelho, os investimentos podem ter apenas o intuito de colocar o Anzhi e o Daguestão em evidência. Como são poucos no mundo aqueles que simplesmente gastam seu dinheiro sem um benefício pessoal direto, apurar cuidadosamente as atividades do magnata no clube não seria nenhum exagero.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Diouf , herói seneglês de 2002, pega gancho de 5 anos

Diouf no mundial de 2002
O jogador senegalês El Hadji Diouf, protagonista da boa campanha da seleção de seu país na Copa do Mundo de 2002, concedeu recentemente a uma rádio francesa uma entevista que tomou grandes proporções. Diouf criticou as pessoas que dirigem o futebol no seu continente, lamentando a corrupção que permeia o meio. Resultado, cinco anos de suspensão de qualquer atividade relacionada ao futebol. A punição foi imposta pela Federação Senegalesa de Futebol, o que não ficou claro é se a punição é válida para o futebol dos clubes afinal, o senegalês atua no futebol da Inglaterra, voltou de empréstimo do Rangers para o Blacburn Rovers. Teria a federação nacional o poder para impedir um atleta de trabalhar fora do território do país? Improvável, no mínimo.


De qualquer maneira as declarações do jogador destacaram um aspecto revoltante do futebol que acontece ao redor de todo o mundo, segundo o jornalista Andrew Jennings, aquele que persegue Blatter e Ricardo Teixeira, apenas a UEFA aparenta ser uma organização idônea. O fato de o jogador ter sido punido tão rapida e severamente sinaliza aquela "culpa no cartório", quem não deve não teme e não silencia seus crítcos com a força.

Uma reportagem (clique para ler o trabalho na íntegra, em inglês) produzida em conjunto por sete jornalistas africanos mostra que Diouf tem fundamentos. A matéria estuda a fundo questões como vendas fraudulentas de ingressos, uso pessoal de verbas das confederações, ameaças a jornalistas, entre outras práticas ilícitas e teve como motivação, segundo o site ijnet.org (leia aqui), um suposto ataque ao jornalista camaronês Phillippe Boney, que originalmente investigava a confederação de seu país.





Asec, na primeira divisão marfinense: cara de várzea. Na Copa: sobrou dinheiro para multiplicar o orçamento original






A suspensão de Diouf tem cheiro de cala boca, mas o mundo está diferente, manobras para abafar isso ou aquilo surtem cada vez menos efeito. Apenas para citar um exemplo, há cerca de uma semana foi organizado um protesto contra Ricardo Teixeira no twitter, a hashtag era #foraricardoteixeira, curiosamente ela não apareceu nos trending topics (assuntos mais comentados) mesmo sendo citada mais de 80 mil vezes. A solução foi simples, os protestantes simplesmente usaram hashtags alternativas como #caiforaricardoteixeira, #foraoficial e #adeusrt. Está mais do que claro que coisas erradas acontecem no futebol (não só no futebol) e essa informação não é mais privilégio de poucos. Abafar é indiferente

A questão é quando isso vai incomodar alguém realmente capaz de fazer alguma coisa ou quando os capazes vão perceber que o são.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Personagens - Clébão

Esforço não evitou vice no Brasileiro de 97
26 de julho de 1969, data de nascimento de Cléber Américo da Conceição, o Clebão xerife da zaga Palmeirense, que completa hoje,  42 anos. Revelado pelo Atlético Mineiro participou da conquista de dois estaduais. Chegou ao Palmeiras em 93, e lá escreveu seu nome no futebol. Com muita força e seriedade, foi nome importante em uma década recheada de títulos alviverdes. Estaduais, Copa do Brasil, Bicampeonato Brasileiro e Libertadores, Cléber sempre estava lá com seriedade e força.




Não foi à França, mas virou minicraque
Jogou também pela seleção mas acabou fora das Copas de 94 e 98. Na primeira, por uma suposta maior ligação do preparador físico Moraci Sant'anna com Ronaldão convocado no lugar de Cléber, e na segunda pela derrota contra a Argentina no Maracanã nas vésperas do mundial. Cléber passou ainda por Cruzeiro, Santos e Figueirense, encerrando a carreira no São Caetano em 2006. Está atualmente se aventurando como técnico no Araxá, da segunda divisão mineira.

                                           

                                 Brasil x Argentina - 1998



Quem levou o drible de Claudio López na verdade foi Júnior Baiano, o zagueiro repetiria o feito em terras francesas frente ao atacante norueguês Flo, Cléber pagou o pato.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Imperdoável

    As partidas do Uruguai na Copa América evidenciou o que já era, no mínimo, suspeita. Faltou entrega à seleção brasileira. É complicado entrar no campo do julgar, de tentar medir o esforço de um indivíduo, mas é impossível negar, vendo os uruguaios, que a o esforço não atingiu o 100%.
   Uma equipe não se faz apenas de vontade, o sucesso uruguaio não se explica só pela raça e pela luta, afinal, não faltou luta por parte de muitas outras seleções. O trabalho, a organização e o talento foram fundamentais, mas o o primordial, a vontade também sempre esteve lá. Antes de ser entrosado, ter consitência tática e antes do talento, o fundamental é querer com todas as forças, querer mais do que tudo ser campeão. Por isso, muitas falhas da seleção ainda passam, a falta de vontade não.
Forlán e o espírto uruguaio: gesto que traduz o que faltou ao Brasil














































































    Vale sempre ressaltar que não seria só com o suor que o Brasil sairia campeão, temos a mania de achar que quando a seleção se esforça o caneco vem, não é assim, o Uruguai tem todos os méritos e o Brasil muitas fraquezas. A seleção brasileira  é sempre muito boa, mas nem sempre a melhor é preciso enxergar essa realidade.
    E no final das contas regredimos, com Dunga tínhamos ao menos o essencial, resta saber se o passo atrás vai servir para que se de dois à frente até 2014.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Momentos - Vagner Love no Corinthians [Janeiro 2005]

  A janela de transferências que se encerrou ontem trouxe agitação para o mercado brasileiro, alguns acertos, alguns fracassos. O maior barulho da vez foi a volta de Tévez para o Corinthians. Porém, o negócio melou. A situação não chegou a ser um mico, não houve anúncio, ninguém esperava que o negócio  fosse fechado com facilidade mas, em 2005 o Alvinegro protagonizou uma das maiores furadas da história do futebol brasileiro.
Anúncio da chegada de Love: Até as trancinhas já eram alvinegras
  A onda de contatações financiadas pelo controverso empresário Kia Joorabchian começou devastadora, de cara Tévez foi anunciado. Com ele veio Sebastian Domingues, acredite ou não era um nome que prometia, e Marcelo Mattos. Com este cartão de visitas ninguem duvidou que Vágner Love poderia ser o próximo a dar as caras quando boatos em relação a sua chegada começaram a ser ventilados.
  Os boatos foram crescendo, até que finalmente Vagner Love decidiu reunir a imprensa para esclarecer a situação. O atacante confirmou seu desligamento do CSKA e falou já como jogador do Corinthians prometendo, inclusive, comemorar gol contra o Palmeiras. Camisas com o nome do atacante e o número nove foram comercializadas, até no video game Love já fazia seus gols pelo timão, mas o CSKA Moscou não liberou e Love acabou tendo que voltar para a Rússia, deixando Kia e a diretoria do Corinthians em uma gelada.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A eliminação

     Antes de repercutir a eliminação precoce da seleção, vale ressaltar que este é um espaço para a discussão do futebol, por isso ele é tratado como prioridade. Porém é importante atentar que alguns sentimentos que ecooam Brasil afora como revolta e vergonha são descabidos, há no país motivos de verdade para se revoltar e envergonhar.
   Voltando à seleção, é evidente que o jogo contra o Paraguai foi bom, o Brasil dominou a partida, criou oportunidades, faltou o gol. É o que sempre vem faltando. O principal defeito da seleção vem sendo a escassez de gols. Primeiro o motivo era a falta de conjunto, entrosamento, enfim era o início do trabalho. Na Copa América a razão foi outra. As chances foram criadas e não foram aproveitadas.
  Nos dois primeiros jogos a impressão que o time passou foi de querer enfeitar demais, de estar pecando pela vaidade. Contra o Equador já pudemos ver uma equipe em ação. Veio o resultado e a classificação. A diferença entre o jogo de quinta e o de hoje é que a ineficácia na hora da finalização voltou mas, ao contrário das duas primeiras partidas, o motivo pareceu ser outro. Não foi por falta de seriedade que a bola não entrou, o que faltou foi competência.
  A dúvida que fica é se a causa dessa incompetência foi a falta de experiência na seleção ou se simplesmente a qualidade técnica não é das mais altas. Os dois caminhos tem seus argumentos. Neymar, Ganso e Pato, começaram agora a trilhar seu caminho com a camisa da seleção, isso com certeza tem seu peso. Robinho, Fred, Ramires já tem Copa do Mundo no currículo, já chegaram ao ápice do desenvolvimento como jogadores e não ocupam lugar de destaque no futebol mundial, como outrora Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos ocuparam. São ótimos jogadores, mas do segundo escalão no mundo da bola.
   Porém, apesar de não contar com nomes de grandeza maior a seleção é competitiva e mostrou evolução na competição, não é hora de jogar todo trabalho no ralo. Muitos defeitos foram evidenciados, alguns corrigidos é assim que se monta uma equipe, errando, reconhecendo e melhorando.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Personagens - Luis Hernandez

O México não veio à Copa América com força máxima, primeiramente por sua participação na Copa Ouro e depois pelo escandalo envolvendo prostitutas e alguns integrantes do elenco. Se viesse inteiro tinha tudo para dar trabalho. A seleção mexicana sempre foi uma das forças do continente, no final da década de 90 e início dos anos 2000 o Brasil penou bastante contra os aztecas. Uma das pricipais figuras do futebol mexicano na época era "el matador" Luis Hernandez.

Mais até do que pelos gols, Hernandez sempre será lembrado pelas vastas cabeleiras e suas pulseiras que escorriam pelas mãos. O toque final de guerreiro azteca era dado pela camiseta de sua seleção, com um desenho alusivo à antiga civilização.

Hernandez participou das copas de 98 e 2002, fazendo gols importantes contra Holanda e Alemanha na França. Também estava no elenco campeão da Copa das Confederações de 99 disputada no México. Iniciou sua carreira no Cruz Azul, passou por Necaxa, Boca Juniors (indicado por Maradona), Los Angeles Galaxy, encerrando a carreira no Lobos BUAP em 2005.


                                                                     Gol de Hernandez contra a Alemanha nas oitavas de final da Copa de 98,
                                                                     O México acabou eliminado depois da virada alemã.


"DOENTE91" Depois de um jogo contra o México, o extrovertido Roberto Carlos reclamou do cheiro das cabeleiras do atacante.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Comprometimento e conhecimento

Mais uma vez um texto de Lúcio de Castro inspira um post aqui no Doente. O artigo "Ronaldinho e a crise do jornalismo-manja" fala sobre a incoerência no discurso de alguns jornalistas, citando como exemplo a incoerência no argumento de que vida pessoal desregrada é sinal de desempenho ruim. Realmente algumas verdades são jogadas ao vento sem o cuidado devido.

Os jornalistas tem de ser mais cautelosos ao falar sobre o que não dominam, quem é um jornalista para falar da vida pessoal de um atleta? não estou entrando na questão de invasão de privacidade, mas sim de conhecimento, o jornalista não é um psicológo, não é um fisiologista,  quando critica as "más condutas" ele precisa ter embasamento para tal ou buscar fontes que o suportem, o que quase nunca acontece.

O mesmo se passa com críticas em relação à escalações, esquemas táticos etc. Para  estar em posição de externar uma opinião à respeito de escolhas do treinador é preciso ser um frequentador assíduo dos treinos da equipe, entender tudo que acontece dentro e fora de campo. É muito fácil e injusto assistir um jogo de 90 minutos e criticar, como um torcedor, o trabalho de uma semana. Ponto para Lúcio de Castro, sem comprometimento e o conhecimento não há jornalismo.

domingo, 3 de julho de 2011

O lugar dos clubes brasileiros

Na preparação do Brasil para Copa América Neymar é a principal estrela e joga no Brasil, há muito tempo a estrrela da seleção não é brasileira. Em 2010, Kaká do Real era a referência, em 2006 Ronaldinho Gaúcho, do Barcelona, comandava o quadrado mágico, e até mesmo em competições menos importantes quando a seleção não ia com força total os principais nomes vinham de fora, na Copa América de 2007 Robinho foi o artilheiro, jogava no Real, Adriano o herói de 2004 era o Imperador da Inter, estaria o projeto do presidente do Santos Luiz Álvaro de ter o melhor do mundo jogando no Brasil dando certo?
Ainda faltam alguns passos para que Neymar se consolide como grande nome do futebol mundial, mas a estrada já está sendo trilhada, isso é bom para todos os clubes daqui. Apesar do futebol brasileiro ser reconhecido como um dos melhores do mundo, os clubes e campeonatos daqui não tem o mesmo status, geram menos receita do que poderiam porque, além de outros fatores, não tem grandes craques.
Neymar e Ganso na seleção podem alavancar a imagem dos clubes brasileiros no exterior











O insucesso dos melhores jogadores brasileiros no exterior, a possibilidade de ganhar quase o ganharia caso se tranferisse para fora do Brasil ainda segura Neymar aqui, contra a permanência está o glamour de jogar na Europa e disputar campeonatos mais reconhecidos como a Premier League, a Liga Espanhola e Champions League. O lugar desse glamour não é só na Europa, o "fico" de Neymar pode ser o início do engrandecimento do futebol brasileiro e a participação dele e de Ganso Copa América é mais um passo da estrada  que pode colocar os clubes brasileiros no lugar de destaque que merecem no cenário mundial.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Momentos - meia lua de Gil

Torneio Rio-São Paulo - Primeiro jogo da Final [ 05/05/2002 ]


Mais um motivo para os Conrintianos comemorarem. Depois da goleada no clássico de ontem é so lembrar de um dos grandes momentos do time contra o rival. O ano, 2002. Na final do exinto torneio Rio-São Paulo, o placar marcava 2 a 1 para o timão quando Gil recebeu de Vampeta pela ponta esquerda passou com uma meia lua pelo zagueirão Émerson e bateu. 3 a 1(veja no vídeo).




Belletti diminuiu para o São Paulo, 3 a 2. No segundo jogo o Corinthians conquistou o título com um empate por 1 a 1, mas o que ficou na memória foi a linda jogada do atacante alvinegro na primeira partida da final. O detalhe curioso fica por conta do regulamento da fase final, em caso de empate os jogos seriam decididos pelo números de cartões.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Injustiças do Brasileiro

       A fórmula dos pontos corridos é unânimidade nos quesitos justiça e estímulo à organização dos clubes, mas mesmo assim está longe de ser perfeita. A justiça nos pontos corridos está contida na igualdade de desafios que um time precisa enfrentar ao longo da competição, todos os times enfrentam todos, os confrontos são os mesmos, e ainda assim em situações normais, sem alteração de tabela, essa igualdade já não é plena. Os melhores exemplos estão nas rodadas finais, um time que briga pelo rebaixamento vai vender a derrota muito mais caro do que quando já estiver rebaixado, vantagem de quem o confrontar depois, o mesmo vale para um candidato ao título, à vaga na Libertadores, etc.
      Quando a tabela é alterada a situação é semelhante. Na data original do jogo uma equipe pode estar em melhor ou pior fase do que na data da remarcação, beneficiando ou prejudicando seu adversário em relação aos que enfrentaram o primeiro na sequência correta. Por isso a mudança de datas deve ser evitada ao máximo, o que não ocorreu na última rodada do brasileiro.
      O Santos foi liberado pela CBF, muito talvez se deva a escolha do Pacaembú em detrimento do Morumbi como palco do jogo decisivo da Libertadores pelo time da Vila, de disputar ontem o clássico contra o Corinthians sob o argumento de não aguentar a maratona de jogos. A medida compromete duas vezes o campeonato. O confronto com o Corinthians será agora apenas em agosto o contexto será outro, o Santos pode estar mais forte, mais fraco o time do Parque São Jorge idem e a tabela será sempre contaminada com o jogo a menos tanto de um como de outro, por outro lado o jogo entre Corinthians e São Paulo também será prejudicado com as duas semanas de descanso do timão. Se o problema era a Libertadores faria mais sentido abdicar de todos os jogos do Brasileiro até que a participação do Peixe na competição continental se encerrasse


SELEÇÃO DESFALCA CLUBES

      Outra injustiça são as convocações para as seleções tanto a principal como a Sub-20, com o calendário do Brasileirão coincidindo com a de competições internacionais alguns times serão muito prejudicados com a ausência de seus atletas.

CLUBES COM MAIS CONVOCADOS

Analisando os quadros fica claro que Santos e Sao Paulo são os mais prejudicados se levarmos em conta o peso dos atletas que perdem. Elano, Paulo Henrique, Neymar e seus possíveis substituos Felipe Anderson e Alan Patrick pelo Santos e Lucas, Casemiro, Henrique pelo São Paulo. Prejuízo total para a dupla San-são. Por essas, e algumas outras, o Brasileirão passa longe da justiça.

sábado, 18 de junho de 2011

Personagens - Ariel Ortega

      ORTEGA, e a comum imprevisibilidade                



      O River Plate briga, no sábado, para não disputar a repescagem de rebaixamento do campeonato argentino. Triste fase mas, como é sabido, quase nunca foi assim. Os Millionários estão acostumados a conquistas e a grandes decisões estando no caminho de muitos brasileiros em algumas edições recentes da Libertadores, seu último título na competição foi em 1996, com um time cheio de grandes nomes que mais tarde ajudaram a formar a base da seleção Argentina das Copas de 98 e 2002. E entre personagens como Ayala, Sorín e Crespo o destaque vai para Ariel Ortega.
       El Burrito, era considerado por muitos, talvez por sua cabeleira e provavelmente pela qualidade de seu futebol, o sucessor de Maradona. O camisa 7 passou por alguns clubes da Europa depois do título da Libertadores. Valencia, Sampdoria, Parma, regressou ao River em 2000 para dois anos mais tarde tentar a sorte no Fenerbahce. Jogou também no Newell's Old Boys, de Rosário para em 2006 prestar mais quatro anos de serviços a Los Millionários. Ortega jogou o Clausura de 2011 pelo All Boys, emprestado pelo River e não deve nem renovar nem voltar para o Monumental.



      Para os brasileiros Ortega pode até trazer boas lembranças, a explicação é lógica, sem ofensas aos hermanos mas encarar Romário, Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos era complicado. Mas, apesar da dificuldade contra a amarelinha Ariel era um jogador de extrema inteligência e categoria como é possível ver no vídeo acima, a música não é do mais fino gosto mas o pouco que as imagens mostram traduzem uma parcela da classe de Ortega. Atualmente seu nome não é tão comentado, mas lances como os mostrados no vídeo, se acontecessem nos dias de hoje, com certeza seriam alvo de muito mais repercussão do que na sua época (vale ressaltar que vários vídeos com mais lances do meia estão disponíveis na rede, caso alguém proteste sob o argumento de que uma carreira não se traduz em apenas meia dúzia de lances). A impressão que fica é que técnica e o improviso eram mais comuns, que existiam mais jogadores capazes de produzir em alto nível como Ariel. Estaria o futebol ficando mais previsível? Fica a questão.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Tá liberado

     A câmara dos deputados aprovou ontem, em sessão extraordinária, a Medida Provisória 527. Entre outras ações foi instaurado o Regime de contratações diferenciado, RDC, para licitações que envolvam obras que serão utilizadas na Copa e nas Olímpiadas. Na prática o RDC libera o aumento do orçamento para todas as obras relacionadas aos dois grandes eventos desportivos quando as seguintes "emergências" acontecerem: Necessidade de alteração do projeto a pedido da Fifa e do COI; exigência da Administração Pública; Recomposição financeira causada por motivos de força maior, enchentes, acidentes etc. A primeira é particularmente preocupante, já que é fato consumado que a FIFA é gerida por corruptos declarados.
Correria das obras pode facilitar desvio de verbas
     Para quem não sabe, ou apenas suspeitava, a ilegalidade da instituição máxima do futebol está aí para quem quiser ver. A sede na Suiça, país sem tradição no futebol e reconhecido paraíso fiscal é apenas um sinal da falta de honestidade dos membros da entidade, da qual Ricardo Teixeira, o "cara" que organiza a copa no Brasil, faz parte. As evidências ficam por conta do tribunal de Zug, que julgou o caso das propinas da ISL, empresa que controlou o Marketing e os direitos televisivos de competições organizadas pela FIFA até 2001, ano de sua falência. Durante o processo foi confirmada a movimentação de cerca de 115 milhões de dólares em propinas para dirigentes de todo o mundo e executivos da entidade confirmaram a participação no negócio.Atualmente a ISL não existe mais, mas a Infront controlou na última Copa cerca de 40% dos direitos televisos do evento, a empresa é presidida pelo sobrinho de Joseph Blatter, Phillipe Blatter. Os negócios continuam obscuros.
     Nossa câmara ignora todas as evidências e dá carta branca para Blatter, Ricardo Teixeira e companhia fazerem a festa com o dinheiro do contribuinte e para piorar, a MP preve também sigilo no orçamento das obras. A esperança é agora a votação do senado, já que a orientação do PT, partido da Presidente foi de aprovar a medida.

Fontes:

Jornalista Andrew Jennings fala sobre corrupção da Fifa no programa "Bola da vez" da ESPN

MP 527 é arpovada

Saiba quais deputados votaram "sim" na MP que dá poderes à Fifa e CBF - Mauro Cézar Pereira

terça-feira, 14 de junho de 2011

Grandes Jogos

                    


            Santos 3 x 1 Grêmio - 06/06/2007






Renatinho, só faltou pedir música naquele jogo
    A estrela do Santos era Zé Roberto, craque do time, jogando um futebol espetacular levou uma boa equipe do Santos à Semi-final da Libertadores, mas o personagem do jogo foi mesmo Renatinho, revelação do Santos no ano anterior agora no São Caetano. Antes de se tornar protagonista da semi-final Renatinho viu Diego Souza abrir o placar para o Grêmio, com o gol do Tricolor gaúcho o Santos precisava de quatro gols para se classificar. Renatinho igualou antes do intervalo mantendo acesa as esperanças da torcida Santista.
    Aos 15 da etapa final Renatinho marcou o segundo, faltavam dois. Pressão do Santos, a partida estava eletrizante. A comoção era tamanha que, durante a partida, dois amigos, um São Paulino e um Palmeirense, que acompanhavam a partida junto à mim e mais outro, esse Santista, se juntaram a torcida alvinegra.
    Mais um do Santos! Zé Roberto, de primeira já dentro da área, Golaço! Todos na sala comemoraram. Faltava só mais um golzinho, e pelo menos mais quinze minutos de jogo, não deu. o Grêmio acabou sendo o representante brasileiro nas finais daquele ano, contra o Boca de Riquelme. O Tricolor Gaúcho também era um bom time com revelações, Lucas, Carlos Eduardo, e bons jogadores como o zagueiro Willian, Tcheco e Diego Souza, além do ascendente Mano Menezes no comando. Foi uma grande semi-final.




 Gols do jogo

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Os refugos do Furacão

      O Atlético Paranaense fez seu primeiro gol no campeonato e quase conseguiu sua primeira vitória no Brasileirão. Madson foi o autor da cobrança que balançou as redes do goleiro Felipe, do Flamengo, Deivid marcou para o Rubro-negro carioca definindo o placar do encontro, 1 a 1. Com o empate, o Flamengo chegou a seis pontos na décima primeira colocação, pouco para o campeão carioca, já o Furacão divide a lanterna com o Avaí. 

de onde vieram as apostas do Furacão

     Madson é velho conhecido da torcida do Santos, com pouco espaço em uma equipe cheia de bons jogadores foi liberado no começo do ano pela diretoria alvi-negra, mas o ex-jogador do Santista não é o único exemplo de "reaproveitamento de talentos" no Atlético Paranaense nessa temporada. A lista dos refugos é extensa, Wendel, Marcelo Oliveira, Guerron, Cléber Santana, o goleiro Márcio, Wagner Diniz, Kléberson, Madson são as apostas da diretoria, todos comandados por mais um trazido na baixa, o técnico Adílson Batista.
      Todos, inclusive Adílson, já mostraram que podem fazer bons trabalhos e dar alegrias para sua torcida, mas será que tantos renegados ao mesmo tempo trarão os resultados esperados à equipe paranaense? As primeiras rodadas assustam, as vais já começaram. Com paciência a situação pode ser revertida, a missão da diretoria agora é, feita a aposta nesses jogadores, bancar e dar suporte aos profissionais. O campeonato é longo, os reflexos de qualquer trabalho sério não vem do dia para a noite, o tempo e só ele dirá se confiar em jogadores desvalorizados foi uma boa escolha.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O jogo que São Paulo não viu

         Nenhum paulista na final da Copa do Brasil, promessa de baixa audiência na noite de quarta, solução: adiar um jogo do Campeonato Brasileiro. Ontem, nem Globo, nem Band transmitiram a final da Copa do Brasil entre Vasco e Coritiba (com título do Vasco em jogo emocionante), ao invés disso, as duas emissoras se sentiram mais confortáveis transmitindo São Paulo e Atlético. Negócios são negócios, se a transmissão de uma partida de um time paulista seria a curto prazo mais vantajosa, não há como questionar a atitude das emissoras, o dinheiro fala mais alto, e se isso está ou não certo já é outra questão.
Fernando Prass levanta a taça depois de jogaço no Couto Pereira,paulistas foram privados do jogo.
         Porém, a atitude mina uma competição com uma ótima imagem e um potencial comercial fantástico. Para explorar esse potencial Globo, Badeirantes e CBF poderiam apostar na promoção do evento, a final da Copa do Brasil é um grande evento, com um pouco de capricho a iniciativa poderia dar certo, o que a longo prazo solucionaria os possíveis "buracos" futuros e tornaria a competição cada vez mais atraente beneficiando, com o crescimento do produto, a televisão, a CBF e os clubes. Mais profissionalismo, mais competência, menos preguiça e menos imediatismo para quem manda no futebol do Brasil.














terça-feira, 7 de junho de 2011

Grandes times





Ronaldo, e a fenomenal seleção de 97.




     Falar de toda carreira de Ronaldo aqui seria um desperdício, há alguem que não conheça seus gloriósos feitos em São Cristovão Cruzeiro, Psv, Barcelona, Internazionale, Real Madrid, Milan, Corinthians e Seleção Brasileira?  São muitas histórias, muitas vitórias, muitas derrotas, uma carreira fenomenal. 
     Por isso no dia de sua despedida venho relembrar uma das fases que mais me marcaram e que, na minha opinião, merecia mais destaque que foi a do ano de 97. Neste ano a seleção passeou tanto na Copa América, na Bolívia, como na Copa das Confederações na Arábia Saudita.


 
Gols do Brasil na final da Copa das Confederações, três de Ronaldo, três de Romário, em reportagem de Tino Marcos

     A equipe de Zagallo se imortalizou pela dupla Ro-Ro, Romário e Ronaldo, os dois carequinhas infernizavam as defesas adversárias. Na Bolívia foram 6 vitórias em seis jogos com direito a 5 a 0 na Costa Rica na primeira fase e 7 a 0 no Peru nas semi-finais, a final foi contra a seleção anfitriã, vitória por 3 a 1 contra os bolivianos. Já na Copa das confederações foram 4 vitórias, um empate e um 6 a 0 na final contra a Austrália. Show da dupla Ro-Ro.



Time da final da copa das confederações contra a Austrália, 6 a 0 
  
      O time ainda contava com nomes como Flávio Conceição, Leonardo, Edmundo, Djalminha, Zé Roberto, Mauro Silva, foi uma grande época para o futebol brasileiro. Será que com Romário, na Fança em 1998, a sorte da Seleção seria outra?
        Enfim, adeus Ronaldo, obrigado por fazer parte desse time e de tantos outros.


          

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Momentos


   

 O melhor momento do                      
     gringo mais querido do Brasil      

   





       Em uma época em que final de carioca era sinônimo de clássico dos milhões - Flamengo e Vasco - , o Rubro-Negro conseguiu dois feitos importantes; o quarto tricampeonato estadual de sua história e fazer os rivais amargarem o "quase"  por três anos.
       Na terceira final seguida Flamengo e Vasco, campeão da Taça Guanabara e campeão da Taça Rio respectivamente, disputaram os tradicionais 180 minutos de futebol. Na primeira partida vitória da equipe cruzmaltina, 2 a 1. O título dava os primeiros passos para São Januário, com melhor campanha, o time da colina podia até perder por um gol que sairia do Maracanã com o título.
   

           A FINAL 

           Edílson abriu o placar para o Flamengo aos 21, deixando os rubro-negros a um gol do Tri. Antes do intervalo "Junico" paulista empatou, o carioca se aproximava das mãos do Vasco. No começo do segundo tempo Edílson devolveu as esperanças ao Flamengo, 2 a 1, muito jogo pela frente e só um gol separava a nação Rubro-Negra de mais um título carioca, a festa estava próxima. Porém, o terceiro gol não veio, e o tempo foi passando,  mais de quarenta minutos da segunda etapa já haviam sido jogados.

         O GOL DO TRI

         Falta para o Flamengo! A distância não é curta, não é daquele lugar que Zico, em outra época, cansou de dar alegrias para os flamenguistas mas quem estava na bola não era Zico, era Petkovic. O futebol do gringo, que se despediu ontem, se foi mas a cobrança de falta que deu ao Flamengo seu quarto tri do carioca é eterna. De longe, aos 43 minutos, Pet foi para a bola, o título nas mãos do Vasco, nas mãos de Hélton goleiro de estatura baixa, tudo conspirava a favor dos rubro-negros naquele Tri, até no banco, Zagallo o mais místico personagem do futebol era o sinal que faltava, a bola viajou, demorou, caiu, venceu o goleiro, morreu nas redes. Flamengo Tri-campeão carioca, 27/10/01.


  Homenagem ao recém aposentado Gringo mais querido do Brasil 

sábado, 4 de junho de 2011

As arenas e a identidade das torcidas

            Peñarol e Vélez Sarsfield disputaram ontem uma vaga na final da Libertadores, o destaque vai para o belíssimo espetáculo proporcionado por argentinos e uruguaios nas arquibancadas, tanto no Centenário na semana passada, quanto no José Amalfitani ontem. Teve de tudo, bandeiras, bandeirões, faixas, chuva de papel picado e até fogos de artifício, empolgante. O show das torcidas em estilo tipicamente sul-americano mostrou que é possível vislumbrar a conciliação entre a necessária modernização dos estádios e a manutenção da "festa popular".


Festa da torcida do Fluminense na Libertadores. As arenas vão acabar com isso?
          
            Com a construção das arenas pelo Brasil a tendência é que o jogo de futebol se torne um evento mais elitizado, fenômeno já em andamento diga-se de passagem no Brasil e pelo qual a Europa já passou. Lutar contra a tendência é difícil, porém não ser submisso à ela é possível.
            Na Inglaterra, por exemplo, o que se "perdeu" com a modernização foi a violência. Os hoolingans foram expulsos do cenário de futebol, o show das torcidas não. A forma de torcer, talvez seja mais fria, mas isso é uma questão cultural, as características, o jeito britânico de torcer continuam intactos. O caminho para não desfigurar a "festa do futebol brasileiro" é esse, não confundir organização com quadradice aproveitando o melhor da Europa e mantendo a identidade das nossas torcidas.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O fim da escravidão no Brasil e as arenas de 2014 - Comentário

    Dando uma lida nos blogs da Espn encontrei um artigo interessante de Lúcio de Castro, o link está abaixo.


O fim da escravidão no Brasil e as arenas de 2014

  

     Lúcio defende muitas idéias, com as quais eu concordo, o futebol é a festa do povo, as arenas são elitistas demais, enfim, ele constrói suas teses melhor que eu. Recomendo a leitura pois o texto é muito bom, porém, creio que Lúcio esquece de uma variável em sua análise.
     O futebol está inserido na sociedade em que vivemos logo, está sujeito à todas as regras sob as quais a dita sociedade está sujeita, e quais são essas regras? As regras do mercado, e o mercado para o futebol é rentabilíssimo.
     A Fifa, a Uefa já exploram esse potencial quase ao seu limite, e explorar esse potencial é lucrar ao máxmo em cima do evento atraindo um público com maior capacidade de compra, ou seja, excluindo aqueles que ,no caso do Brasil, construiram durante décadas a festa do futebol. Na Copa não vai ser diferente, esperar lugares acessíveis ao público menos abastado é ingenuidade (não me parece que Lúcio acredite nisso também), e a tendência é que com as "Arenas" a situação apenas se agrave. Para mudar esse quadro o segredo é mudar as bases da sociedade, o futebol é o reflexo do nosso tempo.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Blog do PVC

PRANCHETA DO PVC       

      Concordo plenamente com o quê Paulo Vinícius Coelho diz sobre a marcação pressão ser o diferencial do Barça. Para se ter a bola é preciso tomá-la do adversário.


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Personagens


 


Ronaldinho

 




      Aproveitando ainda o embalo da final da Champions League, venho aqui relembrar o jogador que para mim foi o mais espetacular que já vi jogar, mais até que Messi. Ronaldinho não manteve uma regularidade, não tem números tão impressionantes mas, o que ele fez em suas duas melhores temporadas pelo Barcelona acredito que ninguem mais fará.

      A bola prendia nos seus pés como prende nos do de Messi, mas somada à arrancada com perfeito controle de bola Ronaldinho tinha também a capacidade de produzir lances de magia inigualáveis. Passes sem olhar, chapéus seguidos de mais chapéus, elásticos, bicicletas, ele surpreendia a cada jogo.


  
            Messi é mais objetivo faz mais gols, mas não com a mesma alegria e irreverência que só um verdadeiro craque brasileiro poderia ter. Era lindo de ver, uma pena ter durado tão pouco.

domingo, 29 de maio de 2011

Nova camisa do Corinthians

O marketing está em plena ascensão. As agremiações estão percebendo o quanto pode ser vantajoso explorar sua marca. Porém, algumas campanhas podem esbarrar nas tradiçoes de um clube, não agradar os mais conservadores e sair pela culatra.

Polêmica camisa do Brasiliense em homenagem à Brasilia, à cidade do Rock.
      A terceira camisa que o Brasiliense lançou tempos atrás é um caso claro de mau gosto, afirmo isso por que não conheço uma só pessoa que a tenha achado bonita. Entretanto, em alguns outros casos o conflito com as tradições do clube é o problema, é uma linha tênue e ter a sensibilidade para inovar sem choquar é uma missão complicada e muitas vezes os desenhistas falham na tarefa, a camisa usada hoje pelo Corinthians, para mim, é um desses casos.
     Vendo o jogo pela televisão o time lembrava mais o Flamengo, até o São Paulo, mas nunca o Corinthians. A proposta até é boa, homenagear São Jorge, o padroeiro do clube mas o aspecto não caiu bem, e olha que a camisa é bonita. Faltou o "feeling" para não descaracterizar o time.

Nova terceira camisa do Corinthians. Bonita, mas descaracterizou o time