quinta-feira, 28 de julho de 2011

Diouf , herói seneglês de 2002, pega gancho de 5 anos

Diouf no mundial de 2002
O jogador senegalês El Hadji Diouf, protagonista da boa campanha da seleção de seu país na Copa do Mundo de 2002, concedeu recentemente a uma rádio francesa uma entevista que tomou grandes proporções. Diouf criticou as pessoas que dirigem o futebol no seu continente, lamentando a corrupção que permeia o meio. Resultado, cinco anos de suspensão de qualquer atividade relacionada ao futebol. A punição foi imposta pela Federação Senegalesa de Futebol, o que não ficou claro é se a punição é válida para o futebol dos clubes afinal, o senegalês atua no futebol da Inglaterra, voltou de empréstimo do Rangers para o Blacburn Rovers. Teria a federação nacional o poder para impedir um atleta de trabalhar fora do território do país? Improvável, no mínimo.


De qualquer maneira as declarações do jogador destacaram um aspecto revoltante do futebol que acontece ao redor de todo o mundo, segundo o jornalista Andrew Jennings, aquele que persegue Blatter e Ricardo Teixeira, apenas a UEFA aparenta ser uma organização idônea. O fato de o jogador ter sido punido tão rapida e severamente sinaliza aquela "culpa no cartório", quem não deve não teme e não silencia seus crítcos com a força.

Uma reportagem (clique para ler o trabalho na íntegra, em inglês) produzida em conjunto por sete jornalistas africanos mostra que Diouf tem fundamentos. A matéria estuda a fundo questões como vendas fraudulentas de ingressos, uso pessoal de verbas das confederações, ameaças a jornalistas, entre outras práticas ilícitas e teve como motivação, segundo o site ijnet.org (leia aqui), um suposto ataque ao jornalista camaronês Phillippe Boney, que originalmente investigava a confederação de seu país.





Asec, na primeira divisão marfinense: cara de várzea. Na Copa: sobrou dinheiro para multiplicar o orçamento original






A suspensão de Diouf tem cheiro de cala boca, mas o mundo está diferente, manobras para abafar isso ou aquilo surtem cada vez menos efeito. Apenas para citar um exemplo, há cerca de uma semana foi organizado um protesto contra Ricardo Teixeira no twitter, a hashtag era #foraricardoteixeira, curiosamente ela não apareceu nos trending topics (assuntos mais comentados) mesmo sendo citada mais de 80 mil vezes. A solução foi simples, os protestantes simplesmente usaram hashtags alternativas como #caiforaricardoteixeira, #foraoficial e #adeusrt. Está mais do que claro que coisas erradas acontecem no futebol (não só no futebol) e essa informação não é mais privilégio de poucos. Abafar é indiferente

A questão é quando isso vai incomodar alguém realmente capaz de fazer alguma coisa ou quando os capazes vão perceber que o são.

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